Primeiramente, por questão de honestidade intelectual, devo deixar claro que não sou especialista em teorias da comunicação ou nada que o valha como semi-ótica. Sou apenas um leigo meio calejado e “crica”.

O objetivo da retórica é fazer com que a pessoa escolha o lado do interlocutor. Muitas vezes esse lado é omitido. O que nos lava ao ponto 1:

1- Da Neutralidade dos Meios de Comunicação:

É forte a questão da identificação ao tentar causar uma impressão. Se a pessoa se identifica com a fonte da mensagem, está mais propensa a avaliar positivamente (i.e. como verdade) a mensagem transmitida.

Muitas vezes a tendência é considerar neutra a fonte da informação, e considerar a neutralidade como o ideal. Partindo desse ponto de vista, a autoridade da fonte diminui quando fica associada a uma das partes. Quer dizer, se uma fonte é partidária, pré-supõe-se que ela vai “puxar a sardinha” para um lado.

Mas, por outro lado, nenhuma comunicação é neutra.

No caso de indivíduos, todos eles tem uma formação moral a partir interagem com a sociedade e todos eles precisam comer.

No caso das grandes empresas de comunicação, uma vez que não são sustentado por vento, temos a óbvia questão: eles dependem economicamente de DINHEIRO. E dependem de dinheiro constante. Se eles dependem, não são independentes.

Ainda que alguém tenha uma fonte inesgotável de dinheiro que permita publicar com largo alcance sem estar atrelado a manipulação econômica, ainda será sujeito ao medo, a sedução e pura e simplesmente ao erro.

Uma fonte supostamente perfeita de informação é neutra, completa e sem erros.

Quando acreditamos que a fonte da noticia é perfeita, tiramos da equação a  possibilidade dos serem dados incompletos, de terem erros e de haver má fé.

Assim, advogo que as comunicações honestas declaram suas bandeiras ou ao menos suas dependências abertamente e claramente, a fim de que quem está lendo, ouvindo ou assistindo possa tirar suas póprias conclusões levando em consideração o posicionamento.

Então fica a primeira dica: Cuidado com a neutralidade. Ela normalmente quer dizer que há má fé ou que falta informação para uma avaliação.

Um ponto interessante a ser lembrado é que a maioria dos brasileiros se diz neutros. Sem querer colocar nenhuma ofensa, o que isso quer dizer é que a maioria deles se assume omisso. Ok. Existem razões históricas para essa omissão. A primeira delas é que é tudo muito confuso. Mas, por outro lado, não dá pra afirmar que grandes meios de comunicação são omissos. Eles ativamente buscam, produzem e selecionam notícias. Eles SABEM o que estão fazendo.

Sobre o pop

27/03/2010

O mundo das comunicações vive nos dizendo como pensar, sobre o que pensar e, melhor, como pensar sobre algo. Isso é o trabalho deles.

Não levanto a bandeira de “queime o pop”, prefiro a bandeira do “ajude a combater a ignorância”. Ignorância é um mal com cura, o difícil é curar a si mesmo e a todos.

Normalmente a opinião é guiada pelo impacto da impressão causada. A impressão causada utiliza retórica.

O que eu vejo são alguns mecanismos recorrentes de retórica utilizados de forma generalizada e pretendo escrever sobre isso nos próximos posts sob a tag “retórica pop”.